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Como se tivesse um pacto com a nostalgia, qualquer um que visse e soube do seu propósito diria que tudo não passa de loucura, martírio. Pode ser, mas fazer o que se tornou-se costume em sua vida tomar até a última gota de cada momento vivido?
Abria um sorriso a cada passo que dava e vinha a sua cabeça: "Aqui eu fiz isso". Como uma criança que memoriza e guarda o passado mais precioso de um adulto, saia saltitante com os costumeiros cheiros, gostos, sensações apresentados em cada pedacinho que um dia habitará.
Andou, andou e como que sem destino certo prometeu que iria acabar sua jornada de encontrar-se de novo em meio a todos e tudo por onde passava. Anoiteceu.
Viu-se sentada em um banco de praça. Indagou-se: "Mas o que há? Por que minha vida encontra-se perdida nesses meus vultos de alegrias que jamais voltaram?
Seu único remédio era aceitar, aceitar que no mundo tão grande mas que não abarca o sentido do seu viver, afirma-se que tudo é jogado ao peremptório e passageiro. O que acha que deveria acontecer sempre, o pertencimento, os laços, como em instantes viram apenas boas recordações.
Então o que torna-se o resto é esperar pela sua próxima nova gota de alegria.