sexta-feira, 30 de março de 2012

COTIDIANO (ÁLBUM)

 SINAL FECHADO (Paulinho da Viola)
Olá, como vai ?
Eu vou indo e você, tudo bem ?
Tudo bem eu vou indo correndo
Pegar meu lugar no futuro, e você ?
Tudo bem, eu vou indo em busca
De um sono tranquilo, quem sabe ...
Quanto tempo... pois é...
Quanto tempo...
 Me perdoe a pressa
É a alma dos nossos negócios
Oh! Não tem de quê
Eu também só ando a cem
Quando é que você telefona ?
Precisamos nos ver por aí
Pra semana, prometo talvez nos vejamos
Quem sabe ?
Quanto tempo... pois é... (pois é... quanto tempo...
 Tanta coisa que eu tinha a dizer
Mas eu sumi na poeira das ruas
Eu também tenho algo a dizer
Mas me foge a lembrança
Por favor, telefone, eu preciso
Beber alguma coisa, rapidamente

 Pra semana
O sinal ...
Eu espero você
Vai abrir...
Por favor, não esqueça,
Adeus...





UM DIA TEREMOS O NOSSO
               TEMPO...




O TEMPO QUE NOS É DIGNO









SEM CERCAS E...





DIREÇÃO.

quarta-feira, 28 de março de 2012

AOS QUATRO ANOS

Nesta idade eu já sabia dizer o que queria e não queria
Meu pequeno ser com as mãos e pés sujos de terra,
vivia a correr e brincar de pique-esconde.
Aprendi que existe carinho e que há as lágrimas também
Tive a sorte de criar amigos e dividir travessuras com eles.
Aos quatro anos, eu queria ver todo mundo feliz e do meu lado
Aos quatro anos construí meus sonhos mais sinceros
E o que mais quero até hoje é realizá-los. (8 de janeiro de 2012)

IDA DO SOL

Estou indo embora,
você não abre mais os braços pra mim
não olha para cima e me saúda com seu sorriso.
Pra que ficar?
Não quero ser egoísta como outras estrelas e brilhar no escuro.
Meu brilho é ofuscante, mas você poderia olhar e cuidar dele.
Muitos me percebem, me sentem e irão sofrer com a minha falta,
Mas, definitivamente, não posso seguir assim.
Sou iluminado,
espero que quem me receba na despedida me entenda,
acolha-me com os "altos do céu"
e eu aquecerei as nuvens lá de cima para vir a chuva. (4 de fevereiro de 2012)

AOS QUE SÃO FELIZES

Cedam-me uma gargalhada,
pois acho que nunca saiu de mim uma de verdade.
Não sei se ainda há tempo,
então apenas lembrem da minha face tentando sorrir.
Oh, que inveja dessa vida que não tenho, só vejo.
Vou descansar para reviver nesta pele dos afortunados.
Sei que mereço isso e tenho pressa.
Talvez ainda houvesse tempo de deixar-me levar
e tentar diante de um milagre, ver-me ao lado de vocês.
Posso ser covarde,
mas algo me diz que não experimetarei isso.
Tentativas alegres tentei agarrá-las,
Mas tudo foge como areia das mãos. (4 de fevereiro de 2012)

CARTA DO HOMEM AO MUNDO

Escrevo para gravar um pouco em palavras o que vejo. Como é maravilhoso o que está diante dos meus olhos. Tudo o que posso e não tocar é obtido em medidas certas. O concreto e o abstrato aqui se misturam e as marcas dos meus feitos estão por toda a parte.
Tais feitos é que me atordoam. Talvez sempre tenha sido assim. Eles representam também a harmonia de um ser pensante, mas muito mais meus excessos, meus devaneios.
Sou um quebra-cabeça que tem, curiosamente, todas as peças diferentes e sem combinação. Nunca terei o qualitativo da perfeição. Se me percebo assim, poderia engajar-me mais a ser o que eu deveria ser. Não o faço.
Olhando novamente ao meu redor, sinto que perdi a medida, fui enfeitiçado pela minha própria dádiva, o pensamento. Ruí tudo aquilo que foi me dado. Transformei, alterei, compliquei o simples.
Agora sei que depende só de mim em tentar contornar isso. O fato é que nos pormenores, eu já estou em estado pútrido, decomposto. Não valho mais nada. Perdeu-se a solução. (9 de fevereiro de 2012)

NESTE INSTANTE

São oito horas no relógio
Já são do passado, mesmo recente,
momentos em que sentei à beira do meio fio e chorou.
Livrar-me do cansaço de um dia inglório é a meta.
Modos? Maneiras? foram tentados,
mas cada minuto que passa desidrato- me em corpo e alma.
Porque deste jeito? Por que nada no meu tempo?
Tudo pede meu doar, meu conduzir sem que eu queira.
No final, ao olhar-me no espelho,
vejo uma máquina, peça da engrenagem....não mais eu. (9 de fevereiro de 2012)

RELICÁRIO

Ouviu o chamado de longe
Surpreedentemente aconteceram as coincidências
Gente que não se via há muito tempo.
Nossa! Quanta alegria, quanta doação.
O início, uma nova era.
Tratou de macar tudo a fogo na alma.
Disse: "Eu cuido".
Dias e dias de tantas companhias
umas novas e a mais importante.
Mas....
Tudo tornou-se relicário
A reaproximação embalada de abraços,
agora está em palavras, em objetos esquecidos.
Descobriu-se o castelo feito de areia.
Não há mais olhos nos olhos, os rostos viram-se em opostos.
Falar de coisas boas é proibido, machuca.
o resto é saudade. (12 de fevereiro de 2012)

MÉNAGE À TROIS

Ver com os próprios olhos não é certeza
Minha verdade é essa,
mas ela não foi vista, foi desperdiçada.
Não me calo! Oras! Por quê?
Culpado de lágrimas alheias virem a ser pingos no chão
Ah! isso eu não queria, não mesmo...
A tríade que estou dilacera-me.
Entre dar o perdão e não tê-lo.
Ouvir, cuidar e de outro sentir-se como pano sujo de sangue.
Ser visto como anjo de luz e transparente como fastasma.
Nada disso é merecido. Nada.
O meio me sufoca, não sou forte pra isso.
Ver essas duas faces....do amor puro e a do não amor.
Não serei mais amante, amado,
Talvez esquecerei e serei esquecido. (12 de fevereiro de 2012)

DEITA-TE

Menos 24 horas...ou mais 24 horas?
Pesa a tua cabeça no macio e fecha os olhos.
Daqui a pouco a luz da manhã te iluminará
e você seguirá de pé para o novo amanhecer.
Adormeça o teu corpo para este descanso,
ele virá e será bem-vindo.
Se não há ninguém para dividir teus sonhos,
calma...desfruta deles sozinho.
Há quem diga que vivemos os sonhos no dormir.
Então vá para o teu cantinho, que tua vida vai começar.
Boa Noite. (13 de fevereiro de 2012)

PIERROT

Malandro sentimental do carnaval
Romantizado tantas vezes, símbolo de gentileza
Ajeita tua gola bufante e segue a procurar a amada
Esqueça tuas lágrimas no canto dos olhos e brinca
E quando achar tua colombina, reverencia-a feliz. (16 de fevereiro de 2012)

ARLEQUIM

Sorriso dissimulado e envolvente
No jeito bufón contagia à quem passa
Transita pelos foliões atrás da moça comprometida
Ora! isso não é problema para o acrobata da festa
Irá resistir aos encantos sedutores colombina?
Incredulamente tal figura chegou, Pierrot
Batalha vencida. (16 de fevereiro de 2012)

COLOMBINA

Pinta o teu rosto que é festa
Brinda a folia com a tua presença
A chuva de purpurina cairá sobre você.
No passo marcado das marchinhas é só alegria
Amarra suas delicadas sapatilhas e siga o bloco
No compasso do samba dará vista como dançarina.
Quem sabe não encontrará o amor perdido. (16 de fevereiro de 2012)

ENCONTROS E DESENCONTROS

Pula e sua na multidão
Beija, extravasa na saliva, no suor
Amanhã é outro dia para mais encontros.
Mas os desencontros acontecem...sim,verdade
Tranquiliza, eles só chegarão no dia das cinzas.
Agora impera o fugidio, o fugaz (20 de fevereiro de 2012)

TUDO AO CONTRÁRIO

Abra a janela e olha os semblantes insatisfeitos
Vá até a rua, mas não tropece no corpo moribundo no chão
Quando chegar ao trabalho lembre-se que "amigos, amigos...
negócio, dinheiro a parte".
Busca seu prazer de forma superficial, passageira.
Perca cada vez mais o significado dos outros para você
Eles são apenas outros, não se apegue demais. (23 de fevereiro de 2012)

PRA TE FAZER FELIZ

Quando eu te conhecer, você já fará parte de mim
A partir deste instante receberemos presentes divinos,
eu terei você e você a mim.
Cada momento juntos contará a certeza de que se tem alguém.
Minha companhia será, as vezes, seus pés e mãos,
assim como a sua. Mas no cerne, ela lhe trará forças para seguir.
No brotar de suas lágrimas eu lhe direi que estou alí, ou se for melhor, elas cessaram apenas com o meu abraço.
Em nossas alegrias, não dexarei passar nenhuma sensação que irradie cada vez mais seus sorrisos.
Minha compreensão caminhará de mãos dadas contigo e meus dias ruins ao seu lado superados com o demonstrar do respeito mútuo entre nós.
No gozar da nossa felicidade, para nós única, mostrarei toda minha peraltice e você se orgulhará de mim.
Eu saberei que estarei sendo peralta pela simples razão de ter como glória no meu ser ver-te amar comigo.

Aos loucos

Um dia se pode sustentar o mundo como uma leve pluma e mostrar-lhe a face alegre de quem o aceitava como achava que ele era. Mas este mesmo mundo tornou-se descabido e com isto, a mente agora o encara como um corpo estranho, um desfazer do propósito de ser apenas o que deveria ser... o lugar do viver.

GOD WILLING

Não me tire dos seus braços.
Sei que não vai.
Guia-me, pois existe o veneno da fraqueza.
Sei que sempre está ao meu lado.
Dentro e fora de mim, perdoe-me.
Fique comigo.
Complemento para as minhas poucas palavras.   
(30 de janeiro de 2012)

AQUELA TAL INDIFERENÇA

Minha felicidade abriga em si
o cenário do egoísmo e do ser covarde.
"Lavo minhas mãos" frente as suas lágrimas,
elas não têm mais peso. Evaporam-se.
Afinal tudo passa, infelizmente.
Você passou pra mim. Basta!
Resposta deste alguém que quer o mais fácil:
Nunca ver a sua grandeza transbordar em mim. (29 de janeiro de 2012)

TEMPESTADE

Conforme-se com o que pretendeu ser
Porque a tempestade de verão levou tudo.
Sinta o cheiro da chuva com os pés na terra molhada
Refresca seu corpo encoberto pelo cinza de raios ensurdecedores.
Quando o manto da noite chegar, descansa.
Ouve o barulho dos pingos como um ninar e não se assuste com os roncos dos trovões....Já vai passar.

NADA MAIS QUE EU

Partes espalhadas pelos cantos
Em cada um que conheço ou desconheço,
isso não importa.
Um precioso cultivo de cultivar o outro
Persevero não nos reconhecimentos perfeitos
mas naqueles, que em primeiro lugar, me deixem reconhecê-los. (12 de janeiro de 2012)

NAS ESTAÇÕES

Me espera na estação de sempre no final do dia
Virão mais algumas até chegarmos ao nosso destino.
Massageando mutuamente com as mãos as costas cansadas,
agora andamos sem pressa para desfrutarmos da noite vazia.
É hora da despedida para um novo amanhecer feliz,
então encoste seus lábios nos meus e diga: beijo, beijo, beijo....até! (12 de janeiro de 2012)

MÚSICA

Dedos nas cordas e vem o acorde                                            
Concentra nas notas que te regozijam
Apura os ouvidos para vir a sensibilidade
Solta a voz encrustada em seus pulmões
Aumente a explosão que vem de você
Termine embevecido ao final. (11 de janeiro de 2012)

POEIRA


 

Trava o seu sorriso que não adianta mais
Deixa seus olhos fecharem e sente o pesar dos ombros
És agora poeira perdida que corre no chão
Vaga pelo desconhecido e não olha pra trás.
Quando o fim chegar,
O vento lhe trará forças para ir às alturas
Talvez por onde passar notarão a sua presença
E quem sabe te decifrarão e se tornará realidade. (11 de janeiro de 2012)

Elos







Trata-se de algo inerente a cada um de nós. Somos quem somos por e pelo o outro. Eles não pertencem ao mundo das ideias da Filosofia ,e sim ao real.
O cordão que é cortado no momento de um nascimento é sinônimo disto. É o elo original que avisa antes de um beijo, de um abraço, do que se precisa- do outro.
Achar um caminhar de glórias sem cultivá-los é possível. No entanto, o momento em que apercebe-se no vazio, ao olhar tantas feridas alheias feitas pelo seu próprio punho, o futuro torna-se cruel. (10 de janeiro 2012)

A ALEGRIA DO SOL

Finalmente o sol chega depois de tantos dias em branco e preto.
 Faz lembrar a última vez que se foi a cachoeira. Longe, que parecia que não se iria chegar.
A marca daquele dia são pedras esculpidas pelo bater das águas.
O destino delas?
 Três enfileiradas em um móvel para se dizer: "Fui assim, sou assim agora e um dia serei desse jeito" - as três são proporcionalmente uma maior do que a outra.
 E uma quarta pequenina foi enterrada em um canto de praça para virar lembrança de tanta alegria.
 (3 de janeiro)

O negar

Nega com silêncio a covardia
Não nego a saudade do coração
Nego desde já o sofrimento sem valia
Mas não se pode negar o todo construído (2 de janeiro de 2012)

POSSO TROCAR DE VIDA COM VOCÊ?

Muitos ao verem alguém deficiente, com problemas mentais e outros caprichos que vemos na vida dizem:"Por isso que eu não acredito em Deus". Quem disse que essas pessoas não são felizes? Quem autoriza dizer que se é mais favorecido por ser "perfeito"?
Certa vez, uma mulher agonizante e em profunda depressão olhou para um cego em uma praça ouvindo seu rádio de pilha e pensou: "Eu poderia trocar de vida com ele. Vejo tanta alegria".
Mas sua conclusão foi fabulosa. "Não quero que ele "enxergue" e sinta a minha tristeza".