terça-feira, 21 de agosto de 2012

PEÇO A PRÓXIMA


De repente tomou coragem e levantou aquele dia com a maior vontade do mundo em rever, como flash back, por onde andou, com quem estava, seu estado de espírito em cada um daqueles caminhos.
Como se tivesse um pacto com a nostalgia, qualquer um que visse e soube do seu propósito diria que tudo não passa de loucura, martírio. Pode ser, mas fazer o que se tornou-se costume em sua vida tomar até a última gota de cada momento vivido?
Abria um sorriso a cada passo que dava e vinha a sua cabeça: "Aqui eu fiz isso". Como uma criança que memoriza e guarda o passado mais precioso de um adulto, saia saltitante com os costumeiros cheiros, gostos, sensações apresentados em cada pedacinho que um dia habitará.
Andou, andou e como que sem destino certo prometeu que iria acabar sua jornada de encontrar-se de novo em meio a todos e tudo por onde passava. Anoiteceu.
Viu-se sentada em um banco de praça. Indagou-se: "Mas o que há? Por que minha vida encontra-se perdida nesses meus vultos de alegrias que jamais voltaram?
Seu único remédio era aceitar, aceitar que no mundo tão grande mas que não abarca o sentido do seu viver,  afirma-se que tudo é jogado ao peremptório e passageiro. O que acha que deveria acontecer sempre, o pertencimento, os laços, como em instantes viram apenas boas recordações.
Então o que torna-se o resto é esperar pela sua próxima nova gota de alegria.

Um comentário:

  1. Hoje quero uma gota de alegria. Só uma basta. Quero sorrir como essa pequena criança da imagem.

    Beijos

    ResponderExcluir