segunda-feira, 30 de abril de 2012

A COMPLETUDE

Certa vez ouvi dizer que na Filosofia (se eu não me engano em Platão) que o homem constituiu-se em sua gênese como um ser duplo e que com o pecado ocorrido no paraíso nossas partes foram separadas e portanto, viramos serem incompletos.
Me atrevo a descordar das palavras vindas da sabedoria. Há algum tempo atrás eu concordaria com vendas em meus olhos nesta afirmativa e ainda diria que só somos completos com o outro.
Vamos lá. O que é ser completo? Em minha concepção mais amadurecida agora digo que o primeiro passo para se sentir assim é estar bem consigo mesmo. Que a base de tudo é nos enxergarmos completos.
Como? Precisamos dos contornos e da presença dos outros para nos tornarmos o que somos, mas isso é só uma parte de um quadro no qual somos os pintores e nós que concluímos o nosso auto-retrato.
Não há que se falar em complementação da criatura (nós) em si através dos outros. Amigos, amores, família....gente, complementam nossos sentimentos, aspirações e até o sofrer. O mais importante é estarmos de bem com a nossa solidão. Quem não se vê em alguns momentos sozinho? Ela também é necessária as vezes.
Não somos seres "amputados" porque perdemos  ou não temos alguém. Somos imperfeitos, isso é fato. O que não invalida dizer que abarcamos tudo que somos, que isso é construído por nós mesmos e que as pessoas vêm como dádivas para alegrar e concretizar o que está separado da nossa integridade formada por nós. Elas dão vida ao que está latente em nós. Sendo  pedaço de um todo.
Concluindo: As pessoas são essenciais no nosso viver, mas se não estivermos serenos conosco elas não conseguirão exercer o papel de fazer-nos frutificarmos e colhermos o que há de bom. Completar é diferente de complementar.



O seu viver é seu,
o meu é meu.
Tesouros únicos,
feitos a mão.
Restauram-se mutuamente.
Independentes entre si,
mas alegres quando há um encontro.

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